terça-feira, 22 de julho de 2014

Música e Beleza




De Orlando Fedeli



I - O Romantismo subjetivista
Com a revolução francesa, triunfou em todo o mundo o liberalismo, sistema filosófico e político que nega a existência da verdade objetiva e que, por isso, produziu naturalmente dois frutos loucos - o subjetivismo e o relativismo – responsáveis, hoje, pela destruição de toda lógica e da sabedoria.
Na estética, o subjetivismo liberal e romântico leva à negação da existência da beleza objetiva. Tal como a verdade e o bem, a beleza também seria subjetiva. Belo seria o que cada um considera como tal. Conseqüentemente, não haveria critérios objetivos de beleza nem leis estéticas. Foi esse modo de pensar subjetivista e relativista que preparou a explosão anarquista da Arte Moderna, em nossos dias.

II - Proporção e beleza
Não há quem não conheça o drama vivido por Cyrano de Bergerac, o herói imortalizado nos versos de Rostand. Cyrano era fisicamente feio: seu nariz era demasiado grande para seu rosto, isto é, era desproporcionado. Em qualquer época, em qualquer lugar que tivesse vivido, Cyrano seria conhecido por seu nariz... e por seu "panache". Pelo nariz, ele seria materialmente feio, e pelo "panache" de sua alma, seria belo. Era a desproporção do nariz que tornava Cyrano feio. Logo, feio é o que é desproporcionado. Belo é o que tem proporção.
Ora, a proporção é uma igualdade de duas razões:

a / b = c / d ou 1 / 2 = 3 / 6

A proporção é um valor matemático, objetivo e universal. Ela não depende nem de nós, nem do tempo, nem do lugar. A relação 1/2 = 3/6 é verdadeira não porque alguém ache, mas porque ambas as divisões, 1/2 e 3/6, são iguais a 0,5.
Mas, se a beleza depende da proporção e esta é objetiva, então a beleza também o é. Algo é belo porque tem proporções e não porque alguém o considere como tal.
Portanto, a beleza material é objetiva porque depende das proporções e das medidas, isto é, dos números.

III - A arte grega e as proporções
Os grandes descobridores das proporções como causa da beleza material foram os gregos. Na arte grega tudo era medido, tudo era proporcionado.
Na arquitetura, todas as medidas dos edifícios gregos eram múltiplas e submúltiplas do diâmetro médio da coluna. Na escultura, as estátuas eram feitas tendo por módulo a cabeça. Foram os helenos que primeiro descobriram as admiráveis proporções com que Deus criou o homem. Em todas as artes, os gregos tiveram essa preocupação com a medida, com as proporções e com os números.

IV - Números, beleza e música
Os gregos não foram só grandes artistas, mas também grandes filósofos. Se a beleza material provém das medidas proporcionais, isto é, dos números, perguntavam-se eles: - Por que as proporções são belas?
O primeiro filósofo a tratar das relações entre a beleza e os números foi Pitágoras, e sua influência se estendeu, através de Platão e dos neo-platônicos, por longos séculos. Santo Agostinho e Boécio foram os transmissores dessa concepção numérica de beleza, nos primeiros tempos da Idade Média.
No livro "De Institutione Musica" (I, 10), Boécio narra uma antiga lenda sobre como Pitágoras teria descoberto a relação entre os números, a beleza e a música.
Diz ele que Pitágoras, passando um dia perto de uma forja, percebeu que os martelos, golpeando a bigorna, produziam sons harmoniosos. A princípio, julgou que a causa estava na força com que os ferreiros batiam os martelos. Para verificar se isto era certo, fez com que eles trocassem os martelos entre si. Percebeu, então, que os sons continuavam sendo harmoniosos. Portanto, a causa da beleza não estava na força dos ferreiros. Pesou, então, os vários martelos e verificou que eles tinham pesos tais, que era possível formar entre eles uma proporção. Os pesos dos martelos eram 12, 9, 8 e 6, e assim era possível montar a seguinte proporção:

6 / 8 = 9 / 12

E diz Boécio: "Os martelos que tinham pesos 12 e 6 ressoavam uma harmonia em "dobro". O martelo (que pesava) 12 com o (que pesava) 9, assim como o martelo (de peso) 8 com o (de peso) 6 se uniam com uma harmonia "diatessaron", segundo proporção epítrita; o 9, porém, com o 6, e o 12 com o 8 ressoavam o tom em proporção "sesquioitava" (Boécio, "De Institutione Musica", Ed. Teub., 1857, p. 196, 197, 198).
Em outros termos, os martelos que pesavam 12 e 6, golpeando, produziam a oitava. Os que tinham peso 12 e 9, ou 8 e 6 produziam a quarta. Entre o de peso 9 e o de peso 8 havia um tom inteiro. Com efeito, em número de vibrações duplas por segundo, as proporções entre os diversos sons naturais são:

DO 9/8 RÉ 10/9 MI 16/15 FA 9/8 SOL 10/9 LA 9/8 SI 16/15

Por exemplo, supondo que o DO fosse produzido por 24 vibrações duplas por segundo, as demais notas teriam os seguintes números de vibrações:

DO=24; RÉ=27; MI=30; FÁ=32; SOL=36; LÁ=40; SI=45; DO=48

A oitava, isto é, de DO a DO, corresponde o dobro de vibrações por segundo. Chama-se quinta o intervalo equivalente a 3/2 (de DO a SOL, 3/2). Quarta é o nome do intervalo de DO a FÁ e corresponde a 4/3. Tom é o intervalo de DO a RÉ, por exemplo, e corresponde a 9/8.
Os sons agradáveis ao ouvido correspondem a números proporcionados, e esses números e proporções seriam a causa da beleza musical. Quanto mais a relação numérica é simples, mais harmonioso é o intervalo, mais facilmente o ouvido capta a harmonia, e mais rapidamente a razão a compreende.
As harmonias fundamentais, resultantes de relações que são as mais simples e mais facilmemte perceptíveis, são o dobro, o triplo, o quádruplo, a unidade mais a metade (1+1/2 = 3/2), isto é, o intervalo de quinta, a unidade mais o terço (1+1/3 = 4/3), isto é, a relação de quarta.

V - Relação entre números e formas
As leis que regem a beleza musical são, portanto, de ordem matemática. É a proporção que causa a beleza sonora. Ora, como a vista está submetida a leis semelhantes às do ouvido, a beleza das formas visíveis também deve derivar dos números e das proporções.
É a proporção numérica que produz a beleza, quer traduzida em formas sonoras, quer expressa plasticamente. Por isso, assim como na música, as figuras mais belas são as mais simples e mais fáceis de serem compreendidas, isto é, aquelas cujas partes formam proporções facilmente perceptíveis de 1/1, 2/3, 3/4.
A proporção mais fácil e mais simples é a de 1/1 e corresponde ao quadrado. Tudo no quadrado lembra o um. Ora, o número 1 representa, simbolicamente, o princípio de identidade, a simplicidade, a constância, a indivisibilidade, a força, etc.
De outro lado, o número 2 simbolizaria o composto, a divisibilidade, a variedade, a multiplicidade. Boécio, no "Institutione Arithmética", trata longamente das relações dos números e das formas. Ele mostra que a unidade se relaciona com os ímpares, e o número 2 com os pares. Mostra, ainda, que os quadrados são gerados pela soma do 1 com os números ímpares:
1 (1 x 1)
1 + 3 = 4 (2 x 2)
1 + 3 + 5 = 9 (3 x 3)
1 + 3 + 5 + 7 = 16 (4 x 4)
1 + 3 + 5 + 7 + 9 = 25 (5 x 5), etc.
Por sua vez, a soma do número 2 com os números pares produz os retângulos:
2 = (1 x 2)
2 + 4 = 6 (2 x 3)
2 + 4 + 6 = 12 (3 x 4)
2 + 4 + 6 + 8 = 20 (4 x 5), etc.
Ele observa ainda, entre muitas outras coisas, que na seqüência de quadrados e de retângulos pode-se encontrar proporções contínuas:
Quadrados: 1 - 4 - 9 - 16 - 25 - 36 - 49...
Retângulos: 2 - 6 - 12 - 20 - 30 - 42...
Assim: 1/2 = 2/4; 4/6 = 6/9; 9/12 = 12/16; e etc.
Portanto, todo retângulo é a média proporcional entre o quadrado que o antecede e o quadrado que o segue.
Além disso, todo número pode ser reduzido a quadrado e retângulos.
Boécio, como os pitagóricos, vai além de uma simples observação aritmética, e parte para uma simbologia e, mesmo, uma metafísica dos números - porta ambígua por onde podem se infiltrar o Panteísmo, a Gnose e a Cabala.
Eis o que ele diz: "Por outro lado, postos os ímpares em ordem a partir da unidade, e sob estes os pares, a partir da dualidade, a acumulação dos ímpares forma tetrágonos; a dos pares, por outro lado, transforma os superiores (os pares) em retângulos. Portanto, esta é a natureza dos tetrágonos gerados pelos ímpares: que são os partícipes da unidade, isto é, de uma mesma e imutável substância, e iguais a todas as suas partes, porque os ângulos são iguais aos ângulos, os lados iguais aos lados, e a largura ao comprimento; por isso, deve-se dizer que tais números são de uma mesma natureza e partícipes de uma substância imutável; aqueles porém, aos quais a paridade cria retângulos, diremos que são de outra substância" (Boécio, "De Inst. Arithmetica", Ed. Teub., p.117-118).
E mais: "Todo número, portanto, consta daquelas coisas inteiramente desunidas e contrárias, que são os pares e os ímpares. Aqui, pois, a unidade, ali, a variação da instabilidade; aqui, o vigor imóvel, ali, a mudança do móvel; aqui, a solidez definida, ali, a geração infinita da multiplicidade...
Pelo que, não sem razão, foi dito que todas as coisas que constassem de contrários seriam unidas e compactas por uma certa harmonia. A harmonia dos múltiplos é, pois, o consenso e a união dos dissidentes" (Boécio, "De Inst. Arithmetica", p.125-126).
Daí os filósofos medievais afirmarem que algo é belo na medida em que harmoniza a unidade e a variedade, a estabilidade e o movimento, o par e o ímpar, o grave e o agudo, o pesado e o leve, o quadrado e o retângulo, etc.
Ora, é exatamente isto que explica a beleza das proporções. Porque o que é, no fundo, uma proporção, senão a redução de quatro elementos diversos a um só quociente, isto é, a uma só unidade ?
A proporção é a redução da variedade à unidade. Simbolicamente, ela nos mostra que toda a variedade das coisas criadas componentes do universo espelham, de alguma forma, a unidade do seu Criador. Essa variedade das criaturas pode ser reduzida a unidade – daí o total dos seres criados formarem o UNI verso – a fim de através dela compreendermos algo de Deus infinito.
Há vários tipos de proporção. Aquela que Pitágoras encontrou ao pesar os martelos dos ferreiros era composta de quatro números diferentes:

6: 8:: 9: 12.

Se tivermos uma proporção entre tr6es números apenas, em vez de quatro, essa proporção será mais simples, e, por isso será mais facilmente apreendida pela inteligência. Esta é a proporção chamada de contínua pelos matemáticos e de analogia, pelos gregos antigos. Por exemplo a proporção 1/2 = 2/4.
Nela, o termo médio é repetido, facilitando a apreensão da relação entre as duas razões.
Se houvesse uma proporção ainda mais simples, ela teria que ser mais agradável ainda, pois que a simplicidade das coisas as faz mais semelhantes a Deus. que é a simplicidade absoluta.
Ora, se tomarmos uma reta e a dividirmos em duas partes de tal forma que a reta inteira esteja relacionada com a parte maior, da mesma forma que esta esteja relacionada com a parte menor, teremos uma proporção de dois números apenas. O que será uma proporção mais simples, e portanto, mais bela.
_____________________________|____________
 Maiormenor
 _Reta Inteira_ = _Parte Maior_
 Parte Maior Parte menor
O resultado desta proporção dá o chamado número de ouro: 1, 618...
Este número é uma constante no universo. Ele pode ser encontrado em variadíssimas coisas. Assim, ele se encontra no corpo e no rosto humano.
A razão entre a altura de um rosto e a medida do queixo até a base do nariz é igual ao número de ouro ou próxima dele. E quanto mais próxima for desse número de ouro, mais o rosto será belo. A mesma medida se acha entre a medida do braço junto com a mão, para a medida do cotovelo ao punho; do queixo até a boca, para a distância da boca até a base do nariz,; de um dedo inteiro para a medida de duas falanges, etc.
Também, a altura de um anel de um caracol, dividida por sua largura dá exatamente o número de ouro. E se se fizer o cálculo do maior crescimento do caracol para o menor dispêndio de material (lei da economia) se achará que ele deve crescer na razão de 1,618.
Se medirmos a distância de dois anéis de uma trepadeira em torno de um tronco, e dividirmos essa medida pelo diâmetro do tronco, encontraremos a mesma medida.
O livro Le Nombre D’Or, de Matila C. Ghyka (Gallimard, Paris, 1959) é riquíssimo em comprovações desse número constante na natureza, comprovando o que diz o livro da Sabedoria quando afirma que "Deus tudo fez com medida, número e peso"(Sab. XI, 21).
Voltando às formas geométricas, entre os retângulos, os que têm uma proporção de dois para três, ou de três para quatro, são os chamados retângulos privilegiados, nos quais o lado maior supera o menor de uma unidade. Assim, na arquitetura medieval, as fachadas das catedrais góticas eram em forma de retângulos privilegiados (3 x 2).
Conforme Vitruvio, o cubo e o quadrado dariam a beleza perfeita. Nas cidades da Grécia, a praça principal era sempre quadrada. O fórum romano tinha a proporção 3/2, isto é, a da proporção musical da quinta.
Villard de Honnecourt traça o plano de uma igreja cisterciense ideal. Seu comprimento seria de 12 e a largura de 8; logo, na proporção de 3/2. O coro da igreja seria a projeção da quarta (4/3). Cada braço do cruzeiro teria a relação de oitava (4/2). O transepto seria quadrado (4/4). A nave teria a projeção da terça (5/4). O coro e nave juntas, tirando-se o transepto, seriam iguais à nave transversal. Nave, transepto e coro juntos estariam para a nave transversal na proporção de 9/8, isto é, de um tom musical inteiro.

Igreja

Comprimento total = 12        12 / 8 = 3/2Intervalo de quinta (Dó a Sol)
Largura total = 8
Coro = 4/3Intervalo de quarta (Dó a Fá)
Braços do Cruzeiro: 4/2Intervalo de oitava (Dó a Dó)
Transepto = 4/4A unidade
Nave = 5/4
Cruzeiro total: 8/4Intervalo de oitava (Dó a Dó)
Nave + Cruzeiro: (sem o transepto): 8/4Intervalo de Oitava (Dó a Dó)
Nave + Transepto = 9                       9/8Intervalo de um tom (Dó a Ré)
Cruzeiro total = 8

VI - Tudo é belo, pois tudo é musical
Por tudo o que se expôs, filósofos antigos e medievais consideravam que a beleza de um ser provinha das relações proporcionadas de suas partes. Nas medidas, nas proporções, e, portanto, nos números, é que estava a causa da beleza. Ora, Deus fez tudo com peso, número e medida, diz a escritura (Sab. XI, 21). Logo, no mundo, tudo é belo, tudo é harmonioso e musical.
Música, harmonia e beleza são resultantes do número, do peso e da medida, quer na música sonora, quer nas formas plásticas.
"Quando a razão percorre o céu e a terra, descobre que nada lhe agrada fora da beleza; e na beleza, as figuras; nas figuras as dimensões; nas dimensões os números" (cf. Santo Agostinho, "De Ordine", II, XV, 42).
E o mesmo Santo Agostinho, no "De Musica", pergunta: "Podemos amar outra coisa senão a beleza? Mas é a harmonia que agrada na beleza; ora, nós já vimos, a harmonia é o resultado da igualdade nas proporções. Esta proporção igual não se acha apenas nas belezas que são do domínio do ouvido ou que resultam do movimento dos corpos, mas ela existe ainda nessas formas visíveis, às quais damos mais comumente o nome de beleza" (S. Agostinho, "De Musica", VI, 13, 38).

VII - Música, compreensão e prazer estético
Em todo ser materialmente belo é preciso distinguir:
a) a matéria;
b) o número e as proporções, causadores da beleza.
Diante de algo belo, o homem não deve limitar-se a sentir, mas deve procurar compreender as razões da beleza. Porque Deus tudo revestiu de beleza e a fez compreensível, afim de que, por meio dela, o homem chegasse até o Criador, Beleza Infinita. Daí a tese do Pseudo Dionísio de que "o amor de Deus pelo homem envolve o inteligível no sensível" poder ser aplicada perfeitamente à beleza (cf. Pseudo Dionísio, "Os nomes Divinos", I, 4).
Como se explicaria, então, que os homens sintam a beleza de modos e graus diversos?
Por que certas belezas nos causam mais prazer que outras, se todas têm harmonia e proporção, se todas têm música?
Para responder a estas questões é preciso considerar:
1o: O semelhante se agrada com o seu semelhante. O homem sente prazer estético quando encontra algo que tenha uma harmonia semelhante àquela que existe nele mesmo.
2o: O prazer estético será tanto maior quanto maior for a semelhança das harmonias do objeto belo e do homem que o contempla.
3o: O prazer estético será tanto maior quanto mais o sujeito for capaz de sentir a beleza, e tanto mais elevado quanto maior for sua compreensão dos números causadores da beleza, isto é, das razões pelas quais a coisa é bela.
4o: Quanto mais facilmente sentida, mais agradável será a harmonia.
5o: Quanto mais simples e mais facilmente compreendida, maior será o prazer que a harmonia causará no sujeito.

VIII - Tipos de música
Para os filósofos antigos e medievais, a palavra música designava qualquer harmonia. Daí a estética poder ser qualificada de musical.
Boécio, no "De Institutione Musica" (I, 2), distingue três tipos de música:
1. música mundana ou cósmica - seria a resultante da harmonia dos elementos do universo;
2. música humana ou harmonia existente no homem;
3. música artificial, instrumental ou sonora, que seria a música propriamente dita.
Esta última é apenas uma expressão da beleza das proporções através dos sons. Por meio dela, o homem procura exprimir as harmonias que ele encontra no universo ou em si mesmo. Por isso, as leis que regem a música instrumental são as mesmas que regem os outros tipos de música.
"Música é a ciência da relação harmoniosa enquanto tal, feita a abstração da matéria dos elementos relacionados entre si" (cf. E. de Bruyne, "Estudios", vol. I, p. 326). Esse mesmo autor apresenta um quadro geral sobre os vários sentidos em que os pensadores medievais empregavam a palavra música.

IX - Análise dos vários tipos de Música
A) Música sobrenatural ou espiritual - "Música Coelestis"
O céu é uma eterna sinfonia de glória a Deus. São Tomás, na Suma Teológica (1, q. 108) trata das hierarquias angélicas, cada uma das quais possui três ordens ou coros de anjos, formando o total de nove coros angélicos. Ele mostra, ainda, que esta hierarquização dos anjos continua dentro de cada coro, embora não saibamos qual seja a função de cada anjo dentro de um mesmo coro.
No artigo 8 dessa mesma questão 108 da Prima, ele demonstra que os santos serão elevados, não pela natureza, mas pela graça e liberalidade de Deus, às ordens angélicas, podendo participar, conforme o seu mérito, da glória dos vários coros de anjos. Assim, a música celestial seria o produto da ordem sábia e proporcionada em que os anjos e santos se hierarquizam. Diziam os medievais que estas proporções, nas relações entre os anjos e os santos entre si, poderiam ser comparadas às relações de oitava, quinta, quarta e de tom inteiro. O amor de Deus seria o elemento unificador de tantas desigualdades proporcionadas. Esta "música" das proporções celestiais traduzir-se-ia, também, em música sonora, nos cânticos dos bem-aventurados.
Dante, no canto XXVII do Paraíso, poeticamente, assim descreve essa harmonia e essa música:
"Al Padre, al Figlio, al Spirito Santo
cominció "glória" tutto il paradiso,
si che m`inebriava il dolce canto.
Ció ch`io vedeva mi sembiava un riso
dell`universo; per che mia ebbreza
intrava per l`udire e per lo viso".
[Ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo /prinicipiou "Glória"todo o Paraíso/ de tal modo que todo me inebriava o doce canto. / Aquilo que eu via me parecia um sorriso/ do universo; pelo que meu inebriamento me penetrava tanto pelo ouvir quanto pelo ver"]
B) Música mundana de Boécio - Música do Universo
A música mundana, diz Boécio, "deve ser principalmente percebida naquelas coisas que são vistas no próprio céu, ou na conexão dos elementos, ou na variedade dos tempos. O que poderá fazer com que a tão veloz máquina do céu se mova num curso tácito e silencioso? Ainda que aquele som não chegue aos nossos ouvidos, o que se deve a muitas causas, contudo, tão veloz movimento de corpos tão grandes não poderá deixar de produzir algum som" (Boécio, "De Inst. Musica", I, 2, Ed. Teub. p. 187-188).
(Evidentemente, Boécio não conhecia a Física acústica, e usava a palavra "som" num sentido amplo, que só podemos aceitar de modo analógico, isto é, como proporção, e não em sentido próprio.)
Esta "canção" que resplandece nas estrelas provém da disposição ordenada e proporcionada das massas e do movimento dos astros. Ela é uma imagem da proporção existente entre os anjos e entre os santos no Paraíso, já que São Paulo, falando da desigualdade dos anjos e das autoridades eclesiásticas, compara-as às diferenças existentes entre os astros ao dizer: "stella differt stella"...
Mas não só nos astros há desigualdade proporcionada e ordem, isto é, "música". Em todo o universo, há um ritmo das estações, uma ordem atômica, um ciclo vegetativo. E também o organismo dos animais revela equilíbrio, ordem e proporção. Assim, em toda natureza, se encontra a harmonia de elementos diversificados na unidade.
São Tomás mostra que sendo Deus sábio, deve fazer tudo ordenadamente, mas que a ordem exige diversificação de elementos constituintes. Logo, Deus devia fazer tudo com desigualdade para poder fazer tudo com uma ordem que refletisse sua Sabedoria infinita (S. Tomás, "Suma contra Gentiles", II, cap.XLV).
Essa ordem, essa proporção de toda criação, essa harmonia que existe em todas as criaturas, constitui a "música" do universo. Os medievais diziam que, considerado no tempo, o Universo é como um poema esplêndido ou como uma sinfonia maravilhosa - "universum est tanquam pulcherrimun carmen", nas palavras de São Boaventura (São Boaventura, "Sententiarum Liber", I D. XLIV, A. I,Q. IV). Considerado espacialmente, o Universo seria como uma sublime e imensa pintura. Pintura, poema ou música, cada criatura e, mais ainda, o Universo como um todo cantam a glória de Deus.
C) "Música" humana
O homem é como um resumo da criação, um microcosmo em que se refletem todas as harmonias do universo.
No homem, podemos distinguir:
1- a "música" do corpo - proveniente da harmonia, das proporções dos seus membros e do equilíbrio de suas funções orgânicas.
2- a "música" da alma - que é a harmonia que vem da proporção das suas potências.
Há uma perfeita adaptação entre o corpo e a alma, e a "música" humana seria a resultante da harmonia entre a "música" do corpo e a "música" da alma.
O corpo e, especialmente, o rosto refletem a alma e são proporcionados a ela. Como o único corpo animal que tem alma racional é o do homem, o corpo humano tem que ser mais belo que o dos animais. Daí a nobreza do porte ereto do homem e sua beleza física, causada pela união do corpo com a alma.
Pode-se falar ainda de música moral e de música social.
A "música" moral é proveniente da proporção e da harmonia de todas as virtudes unificadas pela Sabedoria. A alma de um santo é comparável a uma sinfonia, tal a ordem que ele põe em todos os seus atos. Isto explica porque os medievais consideravam a virtude uma harmonia, e o sábio um "músico".
A "música" social é o fruto da justa proporção das diversas classes e grupos sociais entre si. São Tomás, na 1§ q. 106 a 3 ad 1, diz que "a hierarquia eclesiástica imita, até certo ponto, a celeste". Leão XIII, na encíclica "Quod Apostolici Muneris" desenvolve esse mesmo pensamento ao dizer que "assim como no céu quis (Deus) que os coros de Anjos fossem distintos e subordinados uns aos outros, na Igreja constituiu graus nas ordens e diversidade de ministérios, de tal forma que nem todos fossem apóstolos, nem todos doutores, nem todos pastores (I, Cor. XII, 27). Assim, estabeleceu que haveria na sociedade civil, várias ordens diferentes em dignidade, em direitos e em poder, afim de que a sociedade fosse, como a Igreja, um só corpo, compreendendo um grande número de membros, uns mais nobres que outros, mas todos reciprocamente necessários e preocupados com o bem comum".
Por isso, uma sociedade bem organizada deve ter por modelo a Igreja, que por sua vez tem por paradigma a ordem angélica. De uma sociedade bem proporcionada e harmônica poder-se-ia dizer que é musical. E Leão XIII, na encíclica "Imortale Dei", diz que exemplo desse tipo de sociedade foi a cristandade medieval, feudalmente harmoniosa, cruzada e vibrante como o soar das trombetas, doce e sacral como a melodia de um órgão nas ogivas góticas. Esta "música social" exige desigualdade proporcionada e ela contraria do modo mais absoluto o ideal marxista de uma sociedade igualitária e monótona. Ela contraria, por sua harmonia, a doutrina socialista da dialética e da luta de classes.
Finalmente, se a música é a ciência da proporção, qualquer que ela seja, o verdadeiro músico é o sábio que reúne, em si, a música humana moral e a própria ciência da música. Daí perguntar Platão se existe mais alta música do que a filosofia (cf. Platão, "Fedon", 61).

X - Desigualdade, ordem e beleza
Há, deste modo, toda uma pirâmide de "músicas", umas "encaixadas" nas outras, a inferior sempre tendo por causa e modelo a superior. É a música celeste que produz e modela a música universal, na qual está encaixada a música humana. A música celeste é modelo da música social. A música artificial exprime, em sons, a harmonia do universo e a harmonia da alma humana, imagens da harmonia celeste e da beleza de Deus. É esta beleza divina que o homem deve buscar através das harmonias do mundo. Amar a beleza e a harmonia da criação é meio para amar a beleza de Deus e a harmonia de Sua sabedoria. Isto é, de fato, o fim do homem. Por isso, Santo Agostinho lembra, no seu "De Musica", o que diz o Eclesiastes (VII, 26): "Eu percorri o universo para aprender, para considerar, para procurar a sabedoria, a harmonia" (VI, 4, 7).
E nos livros da Sabedoria pode-se ler que "foi o autor da formosura que criou todas as coisas", e "pela grandeza e formosura da criatura se pode visivelmente chegar ao conhecimento do seu criador" (Sab., XIII, 3 e 5). Portanto, amar a "música" é amar a Deus.

XI - A beleza é irmã gêmea da virtude
Tratando a respeito da música, no diálogo sobre a República, Platão assevera que a graça e a harmonia são irmãs gêmeas da bondade e da virtude, e sua fiel imagem, e que há uma ligação íntima entre a falta de graça, de ritmo, de harmonia e a maldade em palavras e modos de ser (cf. Platão, "República", livro III).
Mais ainda, ele admite que a harmonia musical e a "música da alma", isto é, a virtude, se atraem, se amam e se inflenciam reciprocamente. Se o semelhante agrada ao semelhante, é evidente que a alma entregue aos vícios sentirá atração pelo que é feio.
Boécio repetirá essa lição no "De Institutione Musica", ao mostrar que se a harmonia causa prazer ao homem é porque nele há uma harmonia semelhante, ambas entram em acorde. O prazer estético seria o efeito do encontro amoroso entre duas harmonias irmãs: a que existe no sujeito e a do objeto.
Além disso, Boécio, seguindo Platão, mostra que há sempre uma interação entre a música e a alma; ou, utilizando termos medievais, a música humana e a música exterior, qualquer que seja ela, se influenciam mutuamente. É natural que uma pessoa alegre componha cânticos jucundos e se rejubile ainda mais quando ouça canções alegres. Por sua vez, uma alma impura, se deleita com melodias lascivas, que aumentam ainda mais sua lascívia.
Tais princípios valem, segundo Boécio e Platão, quer para os indivíduos quer para os povos. Uma nação belicosa ama e produz marchas militares heróicas que excitam e aumentam sua tendência à bravura. Um povo decadente entregar-se-á a músicas e canções lânguidas, que aumentarão sua moleza.
Tendo em vista isso, Platão pergunta qual deve ser o papel da música na educação, e qual o papel do Estado em face à preservação dos bons costumes do povo.
Para ele, a educação musical era a mais poderosa, porque permitia introduzir na alma da criança, desde a mais tenra infância, a graça e o amor à beleza e à virtude. A pessoa assim educada seria a que mais facilmente perceberia a beleza e a harmonia. E como não há amor sem ódio, tal pessoa seria também a que mais odiaria o feio e o mal, a que seria mais suscetível a qualquer coisa que ferisse a harmonia, a que mais fortemente reagiria contra as deformidades. E pergunta Platão: "não saberá (tal pessoa) louvar o que há de bom, recebê-lo com deleite e, acolhendo-o em sua alma, nutrir-se dele e fazer-se um homem de bem, ao mesmo tempo que, detesta e repele o feio desde criança, mesmo antes de poder raciocinar? E assim, quando chegar a razão, a pessoa educada dessa forma a reconhecerá e acolherá com maior alegria, como uma velha amiga (Platão, "República, livro III).
Educados musicalmente "os jovens crescerão numa terra salubre, sem perder um só dos eflúvios de beleza que cheguem aos seus olhos e ouvidos, procedentes de todas as partes, como se uma aura vivificadora os trouxesse de regiões mais puras, induzindo nossos cidadãos desde a infância a imitar a idéia do belo, a amá-la e a sintonizar com ela" (Platão, idem, ibidem).
Conseqüentemente, o filósofo grego afirmava que não se deveria permitir que os artistas exibissem "as formas do vício, da intemperança, da vileza ou da indecência na escultura, na edificação e nas outras artes criadoras..."
Diz ele: "não admitiremos que nossos guardiães cresçam rodeados de imagens de depravação moral, alimentando-se, por assim dizer, de uma erva má que houvesse nascido aqui e ali, em pequenas quantidades, mas dia após dia, de modo a introduzirem, sem se aperceber disso, uma enorme fonte de corrupção em suas almas" (Platão, "República", livro III).
Evidentemente, esta afirmação de Platão merece reparos, por que pode dar origem a um Estado totalitário
Se ela for entendida – como Platão parece querer dizer – que cabe ao estado controlar a arte, dela nascerá, certamente,. um governo de caráter totalitário. É à Igreja que compete dar a última palavra sobre a moral na arte. Não pretendendo ela assumir as funções próprias do Estado, este controle da arte pela Igreja, evita os abusos de um estado super controlador.

XII - Revolução e Contra-Revolução na Música e na História
Boécio, sempre seguindo o pensamento de Platão, mostra que a música é a arte que maior influência pode ter numa pessoa ou num povo, pois que "para a alma nenhum caminho é mais acessível às disciplinas do que o dos ouvidos. Como, portanto, por eles os ritmos e modos descem até a alma, não se pode duvidar que do mesmo modo que eles são, afetam e conformam as mentes. Isto também pode ser entendido para os povos..."
"E aqui deve ser muito retido que, como que por pequeníssimas mudanças algo acaba sendo mudado, não se percebendo nada, de momento, mas dando-se depois uma grande mudança, e isto chegando até a alma pelos ouvidos. De onde Platão julga que é uma grande guarda para a república uma música bem constituída e modestamente equilibrada, de tal maneira que seja modesta, simples e varonil, e não efeminada, feroz ou complicada" (Boécio, "De Inst. Musica", I, 1, Ed. Teub., p. 180-181).
Platão demonstra que é fácil deformar a alma de um povo e destruir um Estado por meio da música, "pois é aí que a ilegalidade se insinua mais facilmente, sem ser percebida... sob forma de recreação, … primeira vista inofensiva".
Nem a princípio causa dano algum. Mas esse espírito de licença, depois de encontrar um abrigo, vai-se introduzindo imperceptivelmente nos usos e costumes; e dali passa, já fortalecido, para os contratos entre os cidadãos, e após os contratos, invade as leis e constituições, com a maior imprudência, até que, ó Sócrates, transforma toda a vida privada e pública" (Platão, "República",livro III).
Daí a tese de Platão de que "toda inovação musical é prenhe de perigos para a cidade inteira" e que não se pode alterar os modos musicais sem alterar ao mesmo tempo as leis fundamentais do Estado" (Platão, "República", livro III).
A música, pois, atuando lenta e imperceptivelmente nas tendências mais profundas das almas pode provocar verdadeiras revoluções. Essa tese é facilmente comprovada na História.

As três grandes Revoluções - Renascimento e Reforma, Revolução Francesa e Revolução Comunista - bem como a revolução hippie, foram precedidas por grandes transformações artísticas, que influíram poderosamente nas tendências, e prepararam as próprias explosões revolucionárias.


BIBLIOGRAFIA
BOÉCIO - De Institutione Musica, Edição Teubneriana.
- De Institutione Arithmetica, Ed. Teubneriana.
PLATÃO - Diálogos - A República, Edições de Ouro, Tradução de Leonel Vallandro.
- Fédon, Ed. de Ouro, tradução de Jorge Paleikate e João Cruz Costa.
E. DE BRUYNE - Estudios de Estética Medieval, Ed. Gredos, Madrid, 1958, 3 volumes.
- História de la Estética, B.A.C, Madrid, 1963, 2 volumes.
- Esthétique du Moyen áge, Louvain, Editions de l`Institut Superieur de Philosophie, 1947.
SANTO AGOSTINHO, De Musica, De Ordine
SANTO TOMÁS DE AQUINO - Suma Teológica, B.A.C. La Editorial Católica, Madrid.
DANTE ALIGHIERI, La Divina Comedia, Col. Comento Scartezziniano, Ed. Hoeplli, Milano, 1965
BIBLIA SAGRADA, Tradução da Vulgata, Pe. Matos Soares, Ed. Paulinas, São Paulo, 1953.
HENRI MARTIN, L`Art Grec et l`Art Romain, la Grammaire des Styles, Flammarion, Paris, 1927.
JEAN CHARBONNEAUX et PIERRE DEVAMBEZ, La Grèce, in Histoire Génerale de l`Art, Flammarion, 1950
MATILA C. GYKA -- Le Nombre D’Or, Gallimard, Paris, 1959.
UMBERTO ECO -- Arte e Bellezza nell ‘Estetica Medievale – Bompiani, Milano, 1987.



FONTE: Montfort, Associação Cultural.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

As três faixas do Sínodo, divorciados e o homossexualismo



DESTAQUE
Papa Ratzinger había hablado sobre este argumento en diferentes ocasiones y se había demostrado disponible y abierto, desmintiendo el cliché del conservador que algunos le habían atribuido. Durante sus vacaciones de verano de 2005, Benedicto XVI declaró: «Todos sabemos que este es un problema particularmente doloroso para las personas que viven en situaciones que las excluyen de la comunión eucarística y, naturalmente, para los sacerdotes que quieren ayudar a estas personas a amar a la Iglesia, a amar a Cristo. Esto plantea un problema». Papa Francisco lo explicó durante el vuelo de regreso de Río de Janeiro a los periodistas: «El cardenal Quarracino, mi predecesor (en Buenos Aires, ndr.), decía que, en su opinión, la mitad de los matrimonios eran nulos. Pero, ¿por qué decía esto? Porque se casan sin madurez, se casan sin darse cuenta de que es para toda la vida, o se casan porque se beden casar “socialmente”... Y esto entra en la pastoral matrimonial. Y también el problema judicial de la nulidad de los matrimonios; hay que revisarlo, porque los tribunales eclesiásticos no son suficientes para esto». [SIC! SIC! SIC!] «Ninguno de nosotros tiene una receta lista –continuaba Papa Ratzinger–, incluso porque las situaciones son siempre diferentes. Diría que es particularmente dolorosa la situación de los que se habían casado en la iglesia, pero que no eran verdaderos creyentes y que lo hicieron por tradición, y después, al encontrarse en un nuevo matrimonio no válido se convierten, encuentran la fe y se sienten excluidos del sacramento. Este es verdaderamente un sufrimiento grande, y cuando fui Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe invité a diferentes Conferencias episcopales y a especialistas para estudiar este problema: un sacramento celebrado sin fe. Si se puede decir que hay aquí un verdadero momento de invalidez porque al sacramento faltaba una dimensión fundamental, no osaría decirlo. Yo, en lo personal, lo creía, pero en las discusiones que tuvimos entendí que el problema es muy difícil y que debería ser profundizado. Pero dada la situación de sufrimiento de estas personas debe ser profundizado». [SIC! SIC! SIC!]
Papa Francisco (entre paréntesis y sin añadir nada más) hizo una breve alusión a la práctica en las Iglesias ortodoxas. Una intervención más articulada sobre este argumento la había pronunciado el cardenal Roger Etchegaray en un consistorio. ¿De qué se trata? Es la llamada teología de la «economía y filantropía» de los ortodoxos, que permiten, en determinadas circunstancias, una segunda unión. La Ortodoxia no es “divorcista”; sigue las palabras de Jesús en contra del repudio hacia el matrimonio en cuanto acto unilateral y humano que deshace un vínculo divino. Pero, como medida de economía (dispensa) y de filantropía (amor), basándose en el hecho de que Cristo mismo había permiso una excepción (Mateo, 19, 9: «Por lo tanto, yo les digo: El que se divorcia de su mujer, a no ser en caso de unión ilegal, y se casa con otra, comete adulterio») a su “rechazo del rechazo”, la Iglesia Ortodoxa está dispuesta a «tolerar» las segundas nupcias.
Dado que en el rito de las segundas nupcias faltaba, en la antigua tradición, el momento de la coronación de los esposos –que según la teología ortodoxa es el momento fundamental del matrimonio–, existe una justificación teológica cuando los ortodoxos afirman que las las segundas nupcias no son un verdadero sacramento, sino, como máximo, un «sacramental» que permite a los nuevos esposos ser aceptados plenamente en la comunidad eclesial. El rito de las segundas nupcias se palica también en el caso de los viudos, y esto permite afirmar que la Ortodoxia permite un solo matrimonio sacramental en toda la vida, a diferencia de lo que sucede en el catolicismo. [SIC! SIC! SIC!]
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Las tres vías del Sínodo y los divorciados REFLEXIÓN SOBRE LAS SITUACIONES DE PAREJAS “IRREGULARES”
Menos burocracia, procesos más ágiles y, sobre todo, más accesibles en cuanto a las causas de nulidad, además de un enfoque pastoral diferente. Y sobre la comunión... ANDREA TORNIELLI CIUDAD DEL VATICANO
Los anuncios, contenidos en documentos como el del departamento de la diócesis de Friburgo sobre la comunión a los divorciados que se han vuelto a casar, acaban por complicar las reflexiones sobre el argumento, en vez de ayudar. Una reflexión que Papa Francisco encomendó al Sínodo extraordinario de octubre de 2014. Un Sínodo «en etapas» que podría continuar en 2015 con una segunda cita y un mayor grupo de obispos involucrados para tomar decisiones al respecto. El problema existe y hace sufrir a muchas personas, pero está asumiendo proporciones cada vez más grandes debido a las separaciones que son cada vez más frecuentes. El matrimonio y la familia no son inmunes a estos fenómenos. Al contrario de lo que sucede con otras cuestiones que ha planteado cierto progresismo (como la abolición del celibato sacerdotal obligatorio o la ordenación sacerdotal de las mujeres), la cuestión de todos los que viven situaciones de pareja irregulares (y su consecuente participación en la comunidad cristiana o el problema de los sacrementos) es un tema que involucra a un número cada vez mayor de personas. El de los divorciados que se han vuelto a casar está asumiendo las dimensiones de un “cisma” silencioso Francisco ha hablado de ello en diferentes ocasiones y ha respondido a ciertas preguntas específicas. La última vez fue hace un mes, durante el encuentro a puertas cerradas con el clero romano. El Papa escuchó una pregunta sobre los matrimonios anulados y las segundas nupcias. La respuesta fue clara y articulada. Bergoglio recordó su experiencia en Buenos Aires, en donde el Tribunal eclesial interdiocesano convertía en un maratón arduo e inútilmente burocrático el recorrido que debía afrontar la persona en cuestión. «El problema –explicó Francisco al clero romano– no se puede reducir solamente a dar o no la comunión a los divorciados que se han vuelto a casar, porque los que plantean la cuestión en estos términos no comprenden cuál es el verdadero problema». Se trata de un «problema grave, de responsabilidad de la Iglesia ante las familias que viven en esta situación». Es evidente que el enfoque de Papa Francisco, la insistencia en la misericordia, tiene una dirección precisa: la de acompañar, la de estar cerca de los que viven estas situaciones. Así pues, una de las primeras vías que tendrá que explorar el Sínodo es la de un enfoque pastoral para que las tantas personas que viven situaciones de “irregularidad” con respecto a las enseñanzas de la Iglesia no se sientan excluidas o rechazadas. «Yo creo que este es el tiempo de la misericordia –dijo el Papa durante el vuelo de regreso de Río de Janeiro. La Iglesia en Madre: debe ir a cuidar a los heridos, con misericordia. Pero, si el Señor no se cansa nunca de perdonar, nosotros no tenemos más elección: antes que nada curar a los heridos. La Iglesia es mamá y debe seguir este camino de la misericordia. Y debe encontrar misericordia para todos». Papa Francisco también había indicado una segunda vía, aunque ya lo hubiera hecho antes su predecesor. La Iglesia, dijo Bergoglio durante el encuentro con el clero romano, «en este momento debe hacer algo para resolver los problemas de las nulidades matrimoniales». Papa Ratzinger había hablado sobre este argumento en diferentes ocasiones y se había demostrado disponible y abierto, desmintiendo el cliché del conservador que algunos le habían atribuido. Durante sus vacaciones de verano de 2005, Benedicto XVI declaró: «Todos sabemos que este es un problema particularmente doloroso para las personas que viven en situaciones que las excluyen de la comunión eucarística y, naturalmente, para los sacerdotes que quieren ayudar a estas personas a amar a la Iglesia, a amar a Cristo. Esto plantea un problema». «Ninguno de nosotros tiene una receta lista –continuaba Papa Ratzinger–, incluso porque las situaciones son siempre diferentes. Diría que es particularmente dolorosa la situación de los que se habían casado en la iglesia, pero que no eran verdaderos creyentes y que lo hicieron por tradición, y después, al encontrarse en un nuevo matrimonio no válido se convierten, encuentran la fe y se sienten excluidos del sacramento. Este es verdaderamente un sufrimiento grande, y cuando fui Prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe invité a diferentes Conferencias episcopales y a especialistas para estudiar este problema: un sacramento celebrado sin fe. Si se puede decir que hay aquí un verdadero momento de invalidez porque al sacramento faltaba una dimensión fundamental, no osaría decirlo. Yo, en lo personal, lo creía, pero en las discusiones que tuvimos entendí que el problema es muy difícil y que debería ser profundizado. Pero dada la situación de sufrimiento de estas personas debe ser profundizado». [SIC! SIC! SIC!]
En práctica, afirmaba Benedicto XVI, hay muchos matrimonios que son nulos porque fueron celebrados sin fe. Una espiral que podría hacer menos difícil obtener la nulidad del matrimonio. En el imaginario colectivo, desgraciadamente no sin razón, las causas de nulidad son percibidas como prerrogativas de reyes, nobles, gente famosa o que tiene la posibilidad para pagar grandes sumas de dinero. Un trabajo de reforma serio, que tuviera en cuenta las indicaciones de Ratzinger (compartidas plenamente su sucesor) y que hiciera más sencillos y más accesibles los procesos de nulidad, permitiría que muchas personas pudieran volver a participar en los sacramentos. Papa Francisco lo explicó durante el vuelo de regreso de Río de Janeiro a los periodistas: «El cardenal Quarracino, mi predecesor (en Buenos Aires, ndr.), decía que, en su opinión, la mitad de los matrimonios eran nulos. Pero, ¿por qué decía esto? Porque se casan sin madurez, se casan sin darse cuenta de que es para toda la vida, o se casan porque se beden casar “socialmente”... Y esto entra en la pastoral matrimonial. Y también el problema judicial de la nulidad de los matrimonios; hay que revisarlo, porque los tribunales eclesiásticos no son suficientes para esto». [SIC! SIC! SIC!] Hay, para concluir, una tercera vía. Francisco hizo una pequeña alusión durante la entrevista en el avión: «Con respecto al problema de la comunión a las personas en segundas nupcias... Yo creo que hay que verlo en la totalidad de la pastoral matrimonial. Y por ello es un problema. Pero también un paréntesis: los ortodoxos tienen una práxis diferente. Ellos siguen la teología de la economía, como la llaman, y dan una segunda posibilidad, lo permiten. Pero creo que este problema (cierro el paréntesis) debe ser estudiado en el marco de la pastoral matrimonial... Estamos en camino hacia una pastoral matrimonial un poco más profunda». Papa Francisco (entre paréntesis y sin añadir nada más) hizo una breve alusión a la práctica en las Iglesias ortodoxas. Una intervención más articulada sobre este argumento la había pronunciado el cardenal Roger Etchegaray en un consistorio. ¿De qué se trata? Es la llamada teología de la «economía y filantropía» de los ortodoxos, que permiten, en determinadas circunstancias, una segunda unión. La Ortodoxia no es “divorcista”; sigue las palabras de Jesús en contra del repudio hacia el matrimonio en cuanto acto unilateral y humano que deshace un vínculo divino. Pero, como medida de economía (dispensa) y de filantropía (amor), basándose en el hecho de que Cristo mismo había permiso una excepción (Mateo, 19, 9: «Por lo tanto, yo les digo: El que se divorcia de su mujer, a no ser en caso de unión ilegal, y se casa con otra, comete adulterio») a su “rechazo del rechazo”, la Iglesia Ortodoxa está dispuesta a «tolerar» las segundas nupcias. Se trata de personas cuyo vínculo matrimonial ha sido disuelto por la Iglesia (no por el Estado), con base en el poder que tiene la Iglesia para disolver o crear vínculos. Además se concede una segunda oportunidad en algunos casos particulares, como cuando hay un adulterio continuado o cuando el vínculo del matrimonio se convierte en una ficción. La posibilidad para acceder a las segundas nupcias en caso de disolución del matrimonio se otorga solo al cónyuge «inocente». Las segundas nupcias, a diferencia del primer matrimonio, se celebran con un rito de caracter penitencial –cuyo principio es el reconocimiento de una situación de fracaso– que contiene una oración y una absolución. Dado que en el rito de las segundas nupcias faltaba, en la antigua tradición, el momento de la coronación de los esposos –que según la teología ortodoxa es el momento fundamental del matrimonio–, existe una justificación teológica cuando los ortodoxos afirman que las las segundas nupcias no son un verdadero sacramento, sino, como máximo, un «sacramental» que permite a los nuevos esposos ser aceptados plenamente en la comunidad eclesial. El rito de las segundas nupcias se palica también en el caso de los viudos, y esto permite afirmar que la Ortodoxia permite un solo matrimonio sacramental en toda la vida, a diferencia de lo que sucede en el catolicismo. [SIC! SIC! SIC!] Também esta: Também é significativa a alusão à tendência, que parece prevalecer na Europa e em alguns países da América Latina, de resolver as questões encomendando-se a algum sacerdote condescendente. O autor destas linhas pôde constatar, entre “casais irregulares” segundo a doutrina canônica e entre sacerdotes ou bispos, quão frequentes são estas soluções “ad personam”, inclusive entre quem se apresenta como inflexível, mas depois está disposto a fazer notáveis exceções no confessionário. Mostra-se fundamental, com respeito aos divorciados recasados, a necessidade de agilizar os processos para chegar à nulidade matrimonial, seguindo a linha indicada por Bento XVI, mas sem alimentar a ideia de que existe um “divórcio à moda católica”. É preciso distinguir, lê-se no texto, entre as pessoas que “fizeram uma escolha pessoal, muitas vezes sofrida, e que vivem com delicadeza para não dar escândalo a outros”, e as pessoas que têm “um comportamento de promoção e publicidade ativa, habitualmente agressivo”. Assinala-se a necessidade de “não identificar uma pessoa com expressões como ‘gay’, ‘lésbica’ ou ‘homossexual’”. O documento faz notar que não existe “um consenso” na Igreja sobre como acolher concretamente as pessoas que vivem uniões com outras pessoas do mesmo sexo. Também há um parágrafo dedicado à acolhida das crianças de casais do mesmo sexo, que não devem sofrer nenhuma discriminação no âmbito do batismo nem na preparação à iniciação cristã, embora seja “unânime” o consenso diante da negação para a adoção por parte destes casais. A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio VaticanInsider, 26-06-2014. A tradução é de André Langer.

Vaticano promoverá pastoral da Sodoma Moderna para os divorciados e casais gays
Por Dilson Kutscher
O titulo deste artigo na fonte original é o seguinte: Cardeal Baldisseri: Vaticano promoverá “pastoral de misericórdia” para os divorciados e casais do mesmo sexo.
(Misericórdia seria fazê-los andar pelo caminho certo, o Caminho de DEUS. “Eu Sou o Senhor teu Deus, que te Conduz pelo Caminho que deves seguir” Isaias 48, 17) Mas, eu tomei a liberdade de corrigir para o REAL titulo que faz jus ao artigo…. Vaticano promoverá pastoral da “Sodoma Moderna” para os divorciados e casais gays.
Vamos ao Artigo, depois farei algumas considerações… Vaticano, 26 Jun. 14 / 05:52 pm (ACI/Europa Press).- O Vaticano anunciou que promoverá uma “pastoral de misericórdia” para aqueles casais que estão em situações de irregularidade canônica, como os que convivem, os divorciados, os desquitados, os divorciados que voltaram a casar pelo civil, as mães solteiras ou casais do mesmo sexo e o cuidado a ser dado aos eventuais filhos adotivos. (Obs do site Rainha Maria: Se quando coloco tais imagens nos artigos, eu causo um certo mal estar em muitos católicos, imaginem o que causa nos grandes Santos e Doutores da Igreja vendo que toda a santidade e moral cristã que defenderam por séculos, sendo jogada literalmente no lixo por estes “Lobos em pele de cordeiro” que de assalto tomaram a CASA DE DEUS)
O conteúdo do anúncio foi feito pelo cardeal Lorenzo Baldisseri durante a apresentação do Instrumento de trabalho que será usado pelos bispos de todo o mundo durante Sínodo sobre os desafios pastorais para a Família, que se celebra entre os dias 5 e 19 de outubro. O Instrumento de trabalho, que será estudado durante o Sínodo pelos prelados e demais participantes, constitui um diagnóstico da preocupação pelas situações familiares, fruto das respostas enviadas ao Vaticano por episcopados, congregações e movimentos de todo o mundo. Deste modo, o secretário geral do Sínodo dos bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, assinalou que serão consideradas de maneira particular as situações pastorais difíceis que se referem, entre outras, às situações de “convivência e uniões de fato, casais desquitados e divorciados (que casaram pela Igreja) e voltaram a casar”, aqueles que se encontram em condições de “irregularidade canônica” ou que pedem casar-se pela Igreja “sem ser crentes ou praticantes”. Sobre os casais que se uniram em matrimônio religioso e após o divórcio estão impedidos de casar pela Igreja ou aceder aos sacramentos, o Secretário do Sínodo e Ex-Núncio apostólico no Brasil reconheceu que estes “vivem com sofrimento sua situação de irregularidade na Igreja” e afirmou que a Igreja “sente-se interpelada a encontrar soluções compatíveis com sua doutrina, que guiem uma vida serena e reconciliada”. Assim, manifestou a “relevância” de “simplificar e agilizar os processos judiciais de nulidade matrimonial”. Sobre os que se casam “sem fé explícita”, reclamou “maior atenção da pastoral eclesiástica” e uma “melhor qualidade” nos cursos de preparação do matrimônio para que os esposos possam continuar sendo “recém casados depois das bodas”.
Cuidado dos filhos de casais do mesmo sexo Sobre os casais do mesmo sexo, o Cardeal Baldisseri distinguiu contextos, segundo a legislação civil seja “mais ou menos favorável”, e insistiu na necessidade de um “cuidado pastoral das Igrejas particulares”, sobretudo pensando em “questões relacionadas com os eventuais filhos”, referindo-se ao contexto das uniões civis de mesmo sexo que em diversos países, em um número crescente, podem adotar filhos. “Urge permitir às pessoas feridas curar-se e reconciliar-se, encontrando de novo confiança e serenidade”, acrescentou. Por isso, promoveu a necessidade de uma pastoral capaz de oferecer a “misericórdia que Deus concede a todos sem medida”, e evidenciou que a Igreja deve “propor e não impor”, “acompanhar e não empurrar” e “convidar e não expulsar”. Do mesmo modo, o Cardeal Baldisseri reconheceu que “a convivência e as uniões de fato” estão em crescente difusão e atribuiu o fato a “diversas razões sociais, econômicas e culturais”. “A Igreja sente o dever de acompanhar estes casais na confiança de poder sustentar uma responsabilidade como é a do matrimônio”, disse. (fonte: http://fratresinunum.com/) ============================
Por Dilson Kutscher
E ainda tem sacerdotes por ai, que tem a ousadia e a cara de pau, diante deste escândalo, desta apostasia, desta rendição às modas do mundo…tem “sacerdote” que diz: ”Os grandes santos sempre disseram; melhor errar com a Igreja do que acertar fora dela. Acho que quando alguém semeia o ódio, já está trabalhando na oficina de satanás”. O que diriam estes mesmos grandes Santos que estão no CÉU, que presenciaram homossexuais batizando seus “filhos” dentro da CASA DE DEUS e depois se beijando diante de Jesus Sacramentado??
OU…de ver um sacerdote católico declarar num programa de repercusão nacional no Chile, cito o padre Felipe Berríos, sacerdote membro da mesma congregação do Papa Francisco, declarar: “Qual é o problema do matrimônio homossexual? Os homossexuais são filhos de Deus. Ele os criou homossexuais e lésbicas e Deus está orgulhoso do que são”. ”O problema está em nós, que não compreendemos. Não [está] neles”, acrescentou. Vamos lembrar novamente o seguinte: O Papa Francisco declarou: “Quem sou eu para julgar um homossexual” Quem é o Papa para julgar “o gravissimo pecado do homossexualismo”? O Papa não precisa mesmo julgar, pois, DEUS já Julgou e Condenou. Se o Papa lava suas mãos nesta questão, indiretamente absolve este gravissimo pecado, fazendo a mesma coisa que Pilatos, entregando Jesus para ser julgado pelo mundo e libertando o rebelde Barrábas. São Jerônimo disse: “Sete vezes quis Pilatos soltar a Jesus, três vezes declarou publicamente que nenhuma culpa achava nele, e todavia cede à pressão de seus inimigos”. É o que muitos eclesásticos estão fazendo, cedendo à pressão dos inimigos de DEUS. É realmente vergonhoso ver a maioria dos católicos, principalmente eclesiásticos, concordarem com as modas do mundo, com os inimigos de Deus. Seria covardia, quem sabe o medo de alguma perseguição? Isto me lembra as palavras do Arcebispo Fulton J. Sheen, que disse Se eu não fosse Católico e estivesse procurando a verdadeira Igreja no mundo de hoje, eu iria em busca da única Igreja que não se dá muito bem com o mundo. Procure a Igreja que o mundo rejeita porque ela se proclama infalível, pois foi pela mesma razão que Pilatos rejeitou Cristo: por ELE ter se proclamado a si mesmo A VERDADE. O texto sagrado não admite dúvidas: “O homem que se deita com outro homem como se fosse uma mulher ambos cometeram uma abominação,r”. Esse mal era difundido entre outros povos (Levítico 20,23 e Juízes 19,22 ss). No Novo Testamento, São Paulo escreveu na Epístola aos Romanos (1,24-27): “Por isso Deus os entregou a paixões aviltantes: suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza; igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em si mesmos a paga de sua aberração”. Há diversas outras citações bíblicas na mesma orientação doutrinária. É verdade meu caro “sacerdote”, embaixador de Cristo, o senhor, claro, deve ser fiel à Palavra de Deus, contida na Sagrada Escritura ou não!? Temos que errar com a Igreja…indo contra a Palavra de DEUS?? A hierarquia da Igreja rejeita (ou rejeitava?) toda e qualquer possibilidade de equiparar o casal homo ao casal heterossexual, e considera o homossexualismo como um “pecado grave”, imoral e contrário à lei natural. Afinal, senhor sacerdote, quer dizer, que o fiel católico, por não estar de acordo com está profanação na CASA DE DEUS, de permitir que GRAVÍSSIMO PECADO DO HOMOSSEXUALISMO seja aceito como coisa perfeitamente normal na Igreja, agora é semear ódio, é trabalhar na oficina de Satanás. Acaso os grandes Santos também semeavam o ódio e trabalhavam na oficina de Satanás?? Um certo sacerdote disse numa resposta de um e-mail enviado: “Converta-se e creia no Evangelho. Sou contra ultraconservadores de plantão, pois nega a Cristo”. Interessante suas palavras, não!? E quando é que o senhor vai igualmente se converter e crer no Evangelho?? Ou vai me dizer que a Sagrada Escritura também semeia o ódio?? SIM, pois, repetirei a Sagrada Escritura…(o senhor crê NELA ainda?) “Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação”.(Levítico, 18, 22) “Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa”.(Levítico, 20, 13) “A terra está contaminada; punirei suas iniqüidades e a terra vomitará seus habitantes”. (Levitico, 18, 25) “Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario. Como não se preocupassem em adquirir o conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno”. (Romanos 1, 24 – 28) Diz também na Sagrada Escritura: “Dize-lhes isto: Por minha vida – oráculo do Senhor Javé -, não me comprazo com a morte do pecador, mas antes com a sua conversão, de modo que tenha a vida. Convertei-vos! Afastai-vos do mau caminho que seguis; por que haveis de perecer, ó casa de Israel? “(Ezequiel 33, 11) Este sacerdote também disse: “Sou contra ultraconservadores de plantão, pois nega a Cristo”. Eu digo: “Sou contra estes progressistas modernistas, pois, além de negarem a Cristo, levam o “rebanho” a aceitar o pecado como algo normal para nossos dias, levando milhares de almas diretamente ao inferno, crucificando novamente a Cristo”. Este sacerdote também disse: “Creio que você precisa urgente de direção espiritual…” Qual seria está direção espiritual prezado sacerdote?? Seria agradar e fazer a vontade dos homens e não a do DEUS Altíssimo?? “É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo”. (Gálatas 1,10) Seria concordar com a tal “pastoral da misericórdia”, que promoverá os casais gays, dando apoio ao grave pecado do homossexualismo condenado por DEUS?? Qual a sua direção espiritual padre?? Deve ser uma “direção Satânica”, pois, somente os filhos das trevas concordam abertamente em profanar a CASA DE DEUS. Este sacerdote também disse: ”Tenho vergonha de católicos que pretendam ser mais santos que o Papa”. E os grandes Santos, como o Cardeal e Mártir da Igreja São João Fischer, igualmente devem estar escandalizados e completamente envergonhados pelo fato de o Papa Francisco se inclinar e tomar benção de um falso bispo… Este corajoso Mártir da Igreja Católica foi tentado a escolher viver ou morrer, por parte de seus algozes que o queriam perverter e fazê-lo renegar a fé católica. Esse assédio no último momento não era gratuito: sabiam que se aquele homem aceitasse as propostas heréticas, seria um triunfo para a causa da (falsa) Igreja Anglicana. Se ele aceitasse renegar a fé católica e concordasse com a doutrina da igreja anglicana., sairia daquele cadafalso cercado de honras e aplausos. E AGORA… “O Papa Francisco se inclina para receber a bênção do (falso) bispo anglicano! (Justin Welby, arcebispo de Canterbury, na Inglaterra, foi um executivo da indústria do petróleo por onze anos, casado e pai de cinco filhos) Verdadeiro Escândalo! Ao chão o sangue dos mártires, como São João Fischer e São Tomas Morus, que morreram por não se inclinarem diante da falsa Igreja Anglicana, por Amor e Fidelidade ao Papa! É, caro sacerdote, o senhor nos chama de conservadores cismáticos, mas, como disse o Arcebispo Dom Marcel Lefebvre, que foi extremamente perseguido pela ala modernista da Igreja, pelos “Lobos em pele de cordeiro”, ele declarou uma grande verdade, que muitos eclesiásticos sabem, mas, covardemente preferem se calar: “São aqueles que fazem as novidades que estão no cisma. Nós continuamos a Tradição apoiados sobre vinte séculos de santidade da Igreja…Nós continuamos a Tradição, e é por isso que devemos confiar, não devemos nos desesperar mesmo diante da situação atual, devemos manter, manter nossa fé, manter nossos sacramentos, apoiados sobre vinte séculos de tradição, apoiados sobre vinte séculos de santidade da Igreja, de fé da Igreja. Não temos que temer nada. Então nos dizem: “Vocês devem estar com o papa, o papa é o sinal de fé na Igreja”. Sim, na medida em que o papa manifesta seu estado de sucessor de Pedro, na medida em que ele se faz o eco da fé de sempre, na medida em que ele transmite o tesouro que ele deve transmitir. Pois o que é um papa, mais uma vez, senão aquele que nos confere os tesouros da Tradição e o tesouro do depósito da fé. A verdade não nos pertence. Ela não pertence mais ao papa que a mim. Ele é o servo da verdade, como devo ser o servo da verdade. Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria mais papa. Não digo que ele não o seja mais – notem bem, não me façam dizer o que não disse – mas se acontecesse disso ser verdade, não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro. Isto é evidente. A Verdade é Nosso Senhor Jesus Cristo, portanto devemos nos reportar ao que Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, ao que os Padres da Igreja e toda a Igreja nos ensinou, para saber onde está a verdade. Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição. Lembrando: São Pio X ensina que os inimigos da revelação divina ao exaltar o progresso humano, visam introduzir na religião católica um aperfeiçoamento puramente humano, pois julgam que a revelação não é perfeita e, por isso, está sujeita ao progresso contínuo da razão. O Concílio Vaticano I afirmou que a doutrina da fé revelada por Deus não é sujeita à razão humana para ser aperfeiçoada, mas é um depósito confiado à Igreja que a guarda com fidelidade e a propõe com infalibilidade. Os católicos modernistas, em nome de uma inovação, vão afastando as pessoas da verdadeira religião e matando a fé nas almas, à semelhança de um processo de autodestruição do monolítico edifício multissecular da Igreja Católica. Infelizmente assistimos a uma conduta paradoxal, a destruição daquilo que deveriam conservar e defender. Diz na Sagrada Escritura: .“JESUS disse-lhes: “Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Em vão, pois Me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (Is. 29,13). Deixando o mandamento de DEUS, vós vos apegais à tradição dos homens”. (Mc. 7, 6-9) “Ele lhes disse: Vós pretendeis passar por justos perante os homens, mas Deus conhece-vos os corações: porque o que para os homens é estimável, é abominável perante Deus.” (Lucas 16,15) Em 1846 Nossa Senhora apareceu, em La Salette, a duas crianças: Maximino e Melânia. Posteriormente essa aparição teve aprovação da Igreja. É bem famoso aquela parte destas revelações chamada de “O Segredo de La Salette”. No contexto de La Salette há uma mensagem que deixou perplexos os católicos, na qual Nossa Senhora disse: “Roma perderá a fé, e converter-se-á na sede do anticristo”. Essas aparições de Nossa Senhora foram reconhecidas pela Igreja. Portanto, em algum momento deste Fim dos Tempos, queiram ou não, aqueles que se dizendo católicos, preferem errar ao invés de corrigir a Igreja, o Vaticano vai se tornar a sede do anticristo, não sou eu, um mero evangelizador e pecador que o digo, mas a Santa Mãe de DEUS que vos fala. ENTÃO, PREZADO PADRE… “Tornei-me, acaso, vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gálatas 4, 16) “Quem é sábio atenda a estas coisas! Que o homem inteligente reflita nelas, porque os caminhos do Senhor são retos. Os justos andam por eles, mas os pecadores neles tropeçam”. (Oséias 14, 9) Dilson Kutscher - www.rainhamaria.com.br Disse Santo Atanásio:
“Não devemos perder de vista a Tradição, a Doutrina e a Fé da Igreja Católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os Apóstolos pregaram e os Santos Padres transmitiram. De fato, a Tradição constitui o alicerce da Igreja, e todo aquele que dela se afasta deixa de ser Cristão e não merece mais usar este nome. Mesmo que os católicos fiéis à Tradição estejam reduzidos a um punhado, são eles que são a verdadeira Igreja de Jesus Cristo”.